sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

EUA sempre foram contra a lógica de Quioto

A conferência de Bali sobre alterações climáticas, que termina amanhã, «pode avançar muito em termos do aceitação do enquadramento científico e dos meios que podem levar à redução de emissões. Contudo, duvido que com a actual administração americana se dê o passo de gigante para a aceitação global de limites quantitativos obrigatórios para todos os países e que permitiriam incorporar os grandes emissores, como a China e a Índia», declarou hoje Carlos Pimenta, ex-secretário de Estado do Ambiente.

Em declarações ao AmbienteOnline, o também antigo eurodeputado salienta que «tudo seria mais simples se já houvesse uma nova administração americana, que desde sempre foi contra a lógica de Quioto. Se os Estados Unidos negam o CO2 enquanto bem económico e transaccionável, que é o que leva à redução das emissões, negam a lógica do protocolo», explicou.

Com os Estados Unidos longe de chegar a acordo, «uma notícia excelente» foi a ratificação do protocolo por parte da Austrália, já que é o maior emissor do mundo per capita. «É um enorme salto em frente porque nas suas condições naturais este país tinha uma enorme vantagem competitiva porque as minas são gigantescas e a céu aberto», acrescentou.

A um dia do final da conferência, falta encaixar os EUA num acordo em que todos os países desenvolvidos se comprometam a controlar mais as suas emissões de gases com efeito de estufa. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, reuniu-se na terça-feira com a comitiva americana, pedindo ao governo dos EUA que «exercite a sua flexibilidade como a maior economia do mundo». De qualquer forma, o responsável admitiu que «pode ser muito ambicioso esperar que haja já um acordo sobre metas de redução de gases com efeito de estufa. Mas, depois, temos de acordar metas».

13-12-2007
Tânia Nascimento

Sem comentários: